Refletir sobre a propria morte é desagradavel

11/10/2012 18:32

Refletir sobre a própria morte é desagradável, mas é necessário. Todavia, devemos nos ater que desde o “homo habilis” conhecido na Bíblia como Adão, até os nossos dias milhões de gerações nos antecederam; pessoas como nós nasceram, se desenvolveram, tornaram-se adultas envelheceram e morreram, algumas na tenra idade, outras na idade madura, ainda outras somente na velhice. Nós como cristãos católicos, cremos que somos compostos de corpo e alma. A morte acontece com a separação da alma do corpo. Muitas pessoas quando pensam na sua morte vem logo na sua mente a imagem do seu corpo inerte, pálido estendido dentro de um caixão funerário a espera do sepultamento. O católico tem que pensar de outra forma. Aquele que acaba de falecer deve sentir que a sua inteligência, vontade e sensibilidade, que são as faculdades da alma, se soltando do seu corpo deixando-o para trás. A alma, livre do seu corpo, anseia por uma plena e total felicidade que ela sempre procurou, mas que enquanto viveu atrelada ao seu corpo nunca a atingiu plenamente. A plena felicidade era um ideal impossível de ser totalmente atingido enquanto ela estava intimamente ligada no seu corpo por inúmeras razões. O corpo exigia constante manutenção; alimentação, cuidados com a saúde, com a aparência, preparo físico e outros cuidados indispensáveis a vida como moradia, meios de locomoção etc. Não havia tempo para cuidar, como ela devia da sua alma, da sua vida espiritual. Agora liberta dos entraves criados pelo corpo a alma esta livre para procurar à plena e total felicidade, isto é, dela estar plenamente satisfeita consigo mesma. Mas, enquanto ela não encontrar aquilo que ela tanto almeja ela se encontra infeliz. No outro mundo onde ela se encontra descobre que a plena e total felicidade encontra-se em Deus e que Deus sendo perfeito exige que aqueles que Dele se aproxime e se unam a Ele também sejam perfeitos, para se justaporem a Ele. Poucos, pouquíssimos, conseguem a esta justaposição com Deus, Maria Santíssima foi uma dessas exceções. Muitos santos consagrados pela Igreja como modelos a serem seguidos tiveram antes de se integrar a Deus tiveram que passar por uma adaptação. Aquelas pessoas que antes de deixar a vida terrena se preocuparam com a sua salvação se esforçaram a medida das suas limitações, em procurar em serem perfeitas, ao chegar à eternidade divina tinha ciência daquilo que as esperava, sabiam que teriam que se adaptar a justa exigência de Deus. Teriam que enfrentar o purgatório. Outras, contudo, que nunca em suas vidas deram a mínima importância aquilo que Jesus aconselhou: “Sejam perfeitos como o Pai que está no céu é perfeito” (Mt 5,48) que nunca aspiraram a união com Deus, sentirão que não têm a mínima condição de encontrar a verdadeira felicidade que é de viver intimamente com Ele porque nunca se prepararam para esse encontro com a divindade. Amargurados, sentem a sede da plena felicidade, mas sabem que nunca jamais terão essa oportunidade. Agora esclarecidos dos seus erros conscientemente cometidos e não arrependidos a tempo sabem da frustração que os acompanhará pra todo o sempre.